O que fazer com o Neonato suspeito de Infecção por COVID19 [Passo a Passo Completo]

covid bebe neonatal

Imagine que você trabalha em um unidade neonatal e se depara com Recém-nascidos suspeitos de infecção por COVID-19, nesse caso, o que fazer? Quais são as recomendações necessárias para uma boa assistência de enfermagem?

O EBSERH preparou um passo a passo completo com todas as recomendações para que os RNs sejam assistidos com excelência e segurança, vale a pena conferir 🙂

Preparado para saber mais? Então, vamos lá!

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1) Definição de casos suspeitos

  • I – Recém-nascido (RN) de mães com histórico de infecção suspeita ou confirmada por COVID-19 entre 14 dias antes do parto e 28 dias após o parto OU
  • II – RN diretamente exposto a pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 (familiares, cuidadores, equipe médica e visitantes).

2) Materiais Necessários

  • Água corrente, sabonete líquido ou dispensadores com preparação alcoólica a 70% (sob a forma de gel ou solução), papel toalha, saco plástico, lixeira com tampa e pedal;
  • EPIs:
  • Utilizar EPI para precauções de contato, gotículas e aerossol (risco de aerossol no cuidado com a mãe e/ou RN).

Isso implica uso de:

  • avental descartável e impermeável;
  • luvas, máscara (N95 ou PFF2 para o profissional responsável pela aspiração de vias aéreas e intubação e máscara cirúrgica para os demais);
  • Óculos de proteção;
  • Gorro.

3) Descrição do Procedimento

  • Orientar os profissionais quanto aos cuidados e medidas de precauções a serem adotados nos casos suspeitos de SARS-CoV-2 na Unidade Neonatal, seguindo o POP institucional de paramentação/desparamentação casos suspeitos de infecção por SARS-CoV-2;
  • Acolher e disponibilizar máscara cirúrgica para acompanhante e encaminhar o RN em incubadora de transporte, suporte ventilatório, e monitorização para o isolamento na PEDIATRIA;
  • O Leite Materno deve ser garantido para dieta, considerando que não existem evidências de transmissão da doença por esta via, através da ordenha a beira do leito, seguindo todos os cuidados descritos no POP institucional específico;
  • Recomenda-se a suspensão da discussão à beira do leito pela equipe que presta assistência, bem como de todas e quaisquer atividades coletivas realizadas na Unidade Neonatal, assim como uma equipe reduzida, na assistência ao RN suspeito de SARS-CoV-2;
  • Mãe e pai sintomáticos ou contatos domiciliares de pessoa com síndrome gripal não devem entrar no isolamento da UTIN/UCINCo/UCINCa até que o período de transmissibilidade da SARS-CoV-2 tenha se encerrado (14 dias), devendo preencher o questionário de avaliação do acompanhante;
  • A condução dos casos de desconforto respiratório em recém-nascidos (RN) prematuros deverá ser realizada de acordo com os protocolos vigentes na Instituição;
  • Serão suspensas as visitas no isolamento do RN suspeito de SARS-CoV-2;
  • Excepcionalmente, em caso de total impossibilidade do acesso e/ou permanência do pai e da mãe (óbito, internação prolongada na UTI), a família poderá indicar um(a) cuidador(a) substituto(a) assintomático(a) e que não seja contato domiciliar de pessoa com síndrome gripal ou infecção respiratória comprovada por SARS-CoV-2 que possa acompanhar o recém-nascido.

Cuidados com o RN prematuro abaixo de 34 semanas:

  • Internar no isolamento da UTI neonatal para monitorização, em precauções de contato e gotículas, acomodando o RN em incubadora;
  • Nos procedimentos que geram aerossol (intubação, coleta de “swab” de nasofaringe e orofaringe, aspiração de vias aéreas e cânula e nos pacientes em ventilação não invasiva ou cânula de alto fluxo ou cateter nasal), o profissional deverá usar também a máscara N95 ou PFF2;
  • Seguir a rotina de manejo clínico adotada pelo serviço para investigação diagnóstica e
    assistência ventilatória e considerar como caso suspeito aquele que não responde aos cuidados de rotina.
  • Notificar no VIGIHOSP;
  • Contactar serviço de regulação para encaminhar paciente suspeito de SARS-CoV-2 para
    unidade de referência interna;
  • Realizar os registros no prontuário do paciente.

4) Recomendações

  • Manter o RN em incubadora e utilizar precaução de contato, gotículas e/ou aerossóis de acordo com o tipo de procedimento;
  • Manutenção da homeostase geral do paciente, cuidados de hidratação, nutrição e monitoração contínua;
  • Suporte respiratório na medida do necessário e de acordo com os protocolos da unidade – não há evidência de benefícios para intubação precoce no RN com quadro respiratório;
  • Realizar procedimentos que gerem aerossóis com cuidados intensificados para proteção,acrescentando o uso de máscara N95/PFF2 e óculos de proteção (Nota Técnica CVIMS/GGTES/ANVISA N˚04/2020 atualizada em 21 de março de 2020);
  • Precauções Padrão no Isolamento da UTIN/UCINCo/UCINCa:
  • Sinalização na entrada, higiene das mãos, limpeza diária, desinfecção do ambiente e fornecimento de luvas, máscara e óculos de proteção para toda a equipe de saúde;
  • Limpeza frequente da incubadora fixa e de transporte após cada uso;
  • Precauções de contato para gotículas (paciente e equipamentos); troca de roupas e luvas após os procedimentos. Manter ventilação adequada do ambiente;
  • Desinfecção terminal do quarto do paciente preferencialmente usando atomização por
  • peróxido de hidrogênio ou um spray de preparação contendo cloro;
  • Se um paciente infectado compartilhou o quarto com outros neonatos, antes de ser identificado, todos os contatos deverão ser isolados por pelo menos 14 dias, até que a infecção por SARS-CoV-2 seja descartada.

Ações em caso de não conformidade (EVENTO ADVERSO)

  • Quando houver necesidade de internação de caso suspeito para SARS-CoV-2, a equipe da Neonatologia deverá ser previamente avisada do encaminhamento do paciente sintomático respiratório através do ramal 5048/5042;
  • O maqueiro deverá ser acionado para transporte e o RN encaminhado direto para a enfermaria de isolamento (isolamento respiratório), sem necessidade de passar pela UTI NEONATAL;
  • Em casos graves em que o RN necessite de intubação, o mesmo deverá ser entubado no isolamento do 3º andar no isolamento da UTIN/UCINCo/UCINCa;
  • Prezar o atendimento por equipe mínima.

Recomendações Relativas à Alta Hospitalar

  • Deve ser estimulado o contato pele a pele com a família após a alta;
  • Deve ser garantido o transporte seguro para o domicílio, evitando-se a utilização de transporte público coletivo;
  • Devem ser desestimuladas as visitas sociais em casa à mãe e ao recém-nascido;
  • Não está indicada a triagem laboratorial para investigação de SARS-CoV-2 em RN assintomático cuja mãe tenha diagnóstico suspeito ou confirmado de SARS-CoV-2;
  • No momento da alta, a mãe deve ser orientada para os sinais de alerta de adoecimento do recém-nascido e a procurar assistência de acordo com o fluxo estabelecido pelos protocolos assistenciais validados pelo Ministério da Saúde;
  • É sugerido o adiamento temporário apenas das consultas de seguimento eletivas do ambulatório de “follow up” do prematuro assintomático no ambiente hospitalar, restando às equipes de Atenção Primária à Saúde a avaliação sobre oportunidade terapêutica, demanda por imunização de rotina, e vigilância do crescimento e desenvolvimento.

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