PICC na enfermagem, veja o que você vai aprender:
- O que é PICC;
- Profissionais qualificados para realizar o procedimento;
- Quando é indicado;
- Onde é inserido;
- Tipos de PICC;
- Materiais Utilizados;
- Inserção PICC – passo a passo;
- Manutenção PICC – passo a passo;
- Retirada PICC- passo a passo;
- Capacitação Profissional;
- Curso de PICC Enfermagem
Preparado? Então vamos lá!
O que é PICC?
Quer saber o que significa PICC na Enfermagem?
O significado da sigla PICC é Cateter Central de Inserção Periférica.
PICC é um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, com lúmen único ou duplo.
É um procedimento indicado para terapia medicamentosa via endovenosa de longa duração, que pode durar de 3 a 6 meses (até 12 meses em alguns casos).
Quem é o profissional qualificado para realização do PICC?
PICC ( Cateter Central de Inserção Periférica ) é um procedimento médico, mas que pode ser realizado por enfermeiro devidamente capacitado.
De acordo com a Resolução nº 258 de 12 de julho de 2001 é lícito ao enfermeiro a Inserção de Cateter Periférico Central.
No entanto, conforme a Resolução, é preciso que o enfermeiro submeta-se a qualificação e/ou capacitação profissional para realizar esta atividade.
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Quando o PICC é indicado?
O PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) é indicado para:
- Pacientes que necessitam de acesso venoso vascular para terapia venosa prolongada (maior que seis dias);
- RN prematuro;
- Terapia Venosa com administração de soluções hiperosmolares e pH extremos;
- Terapia Venosa com administração de soluções vesicantes e irritantes.
Onde o PICC é inserido?
Geralmente o PICC ( Cateter Central de Inserção Periférica ) é inserido no braço, acima da prega do cotovelo (veia basílica, cefálica, cubital e mediana).
Em neonatos esses cateteres podem ser inseridos em veias dos membros superiores (basílica, cefálica ou do dorso da mão), membros inferiores (poplítea, safena ou femoral), couro cabeludo (temporal, frontal ou auricular posterior) ou julgular externa.
Quais são os tipos de Cateter (PICC)?
O cateter é constituído por dois tipos de materiais: Silicone e Poliuretano.
No entanto torna-se importante certificar de que o dispositivo seja confeccionado por materiais de alta biocompatibilidade, baixa trombogenicidade, possuir resistência às dobras, rigidez estrutural suficiente para facilitar a inserção, baixa aderência bacteriana e radiopacidade.
Tão importante quanto a escolha do catéter são as considerações frente às condições clínicas do paciente e o tipo de tratamento proposto.
Os tamanhos disponíveis atualmente variam de acordo com o laboratório fabricante, sendo estes os mais utilizados:
1.9Fr x30 cm;
1.9Fr x 40 cm;
1.9Fr x 50 cm;
3Fr x 60 cm;
4Fr x 60 cm;
5Fr x 60 cm.
Materiais Utilizados
Recomenda-se os seguintes materiais:
- Capa;
- Gorro;
- Máscara;
- Luvas estéries;
- Óculos;
- Escova para degermação;
- Clorexidina Aquosa;
- Clorexidina Degermante;
- Compressa de gaze estéril 7,5 X 7,5;
- Campo fenestrado;
- Campo inteiro;
- Pinça anatômica delicada e sem dentes;
- Catéter;
- Fita métrica;
- Seringa de 10mL;
- SF 0,9%;
- Curativo Transparente.
PICC ( Cateter Central de Inserção Periférica ) – Procedimentos e Cuidados de Enfermagem
Confira agora o passo a passo dos principais procedimentos e cuidados de enfermagem com PICC ( Cateter Central de Inserção Periférica ).
Inserção PICC – Passo a Passo
Para que o procedimento seja realizado com maior eficiência, recomenda-se que os profissionais trabalhem em dupla de enfermeiros ou em dupla de médicos.
Neste sentido é de extrema importância que os profissionais fiquem atentos com a higienização do local de inserção para evitar infecções.
As atividades podem ser dividas da seguinte forma:
Profissional n. 1
- Avaliar as condições clínicas do paciente;
- Manter monitorização cardiorrespiratória do RN;
- Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento (atentar para o calibre do cateter escolhido);
- Lavar as mãos;
- Escolher o tipo de cateter mais adequado à terapia proposta, atentando para o calibre proporcional ao da veia escolhida, dando preferência aos cateteres de lúmen único.
- Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax;
- Lateralizar a cabeça do paciente para o lado do membro a ser puncionado, evitando assim que o catéter siga caminhos ascendentes;
- Garrotear o membro escolhido para a punção;
- Realizar o exame físico dos vasos sanguíneos através da técnica de inspeção e palpação;
- Retirar o garrote após exame físico;
- Mensurar com a fita métrica o trajeto do catéter:
- A técnica de mensuração é de fundamental importância para o posicionamento correto da ponta do cateter na veia cava superior.
Profissional n. 2
- Colocar gorro, máscara e óculos de proteção;
- Lavar as mãos;
- Colocar a capa;
- Calçar luva estéril;
- Fazer degermação do membro escolhido com clorexidina alcoólica e degermativa, passando para o primeiro profissional;
- O primeiro profissional recebe o membro com compressa estéril, enxuga o membro;
- Realiza a anti-sepsia do local da punção seguindo a técnica correta, primeiro no sentido horizontal, em uma única direção, depois no sentido vertical e por fim realizar movimentos aspirais de dentro para fora;
- Medir o catéter e cortar;
- Preencher o mesmo com SF 0,9% atentando-se para o primming;
- Garrotear o membro;
- Proceder à punção;
- Havendo retorno sanguíneo, retira o garrote e introduzir o catéter até passar a marca de cinco centímetros ou perceber que o mesmo está dentro do vaso;
- Retirar o dispositivo de punção tendo o cuidado de comprimir o local da punção com gaze;
- Terminar de introduzir o catéter até o ponto determinado;
- Proceder à fixação e solicitar Rx;
- Confirmar a posição do catéter;
- Desfazer do material, atendo-se para desprezar os perfurocortantes em local adequado;
- Registrar procedimento em prontuário;
- Preencher ficha de passagem de PICC.
Manutenção do PICC – Passo a Passo
- Realizar o controle térmico durante o procedimento mantendo o RN limpo e seco;
- Evitar segurar o cateter com pinça muito apertada. Pinças, clamps e instrumentos cortantes podem danificar o mesmo;
- Realizar a higienização das mãos com água e sabão e após este, com solução degermante antes e após manusear o cateter e o circuito;
- Realizar a desinfecção com álcool a 70% nas conexões e tampas rosqueadas utilizando gaze estéril, por três vezes friccionando durante 20 segundos sempre que for manusear o cateter;
- Orientar para que nunca se tracione o cateter;
- Orientar para que nunca se force a retirada do estilete que pode danificar o cateter;
- Orientar para que nunca se cole fita adesiva diretamente no cateter, pois compromete sua integridade;
- Observar a cada hora o sítio de inserção atentando para sinais de obstrução da veia cava superior (inchaço do braço/pescoço), extravasamentos, sangramentos, sinais de infecção, vazamento da infusão, segurança da fixação do cateter e do curativo oclusivo;
- Utilizar a heparina profilática na solução infundida no cateter venoso central percutâneo (CVCP) reduzindo a incidência de oclusão do cateter, aumentando a vida útil do mesmo. A concentração ótima pode ser até um mínimo de 0,25 U/ml nas nutrições parenterais e resulta em uma menor elevação de ácidos graxos livres em infusões lipídicas;
- Evitar que os cateteres centrais fiquem heparinizados sem infusão, cuja vazão deve ser de pelo menos 0,5ml/h para assegurar sua patência;
- Evitar sempre a infusão de sangue ou hemoderivados nesses cateteres;
- Retirar o cateter sempre que houver obstrução do mesmo, não desobstruindo-o com seringa, devido à alta pressão gerada que causa risco de ruptura;
- Evitar sempre a coleta de sangue para exames através do cateter. É altíssimo o risco de oclusão;
- Orientar que a imobilização do membro puncionado com uma tala é desnecessária;
- Orientar para que não se use força para injetar qualquer solução;
- Evitar sempre o uso de cateter de silicone para administrações de volumes em alta pressão, pois poderá ocorrer o rompimento do cateter devido a pressões elevadas geradas em seu interior tornando-se um risco potencialmente sério;
- Orientar para que não se administre os medicamentos AZT e Anfotericina B pois ambos alteram a inertividade do cateter;
- Verificar se há eritema, exsudato ou edema antes de trocar o curativo apalpando delicadamente em torno do local da inserção para sentir se a área está sensível;
- Realizar as trocas de curativo com a presença de duas enfermeiras bem treinadas na técnica;
- Realizar a limpeza da área com povidine tópico e clorexidina aquosa antes de reaplicar o curativo, pois este é um procedimento estéril;
- Evitar trocas rotineiras de curativo devido ao risco de infecção e de deslocamento acidental do cateter;
- Aferir a circunferência superior e inferior do membro onde está inserido o PICC e anotar a medida em impresso próprio (Protocolo) ou na folha de anotação/evolução de enfermagem. Caso a circunferência do braço aumente 2cm ou mais, pode ser um sinal de trombose e o médico deverá ser imediatamente comunicado;
- Verificar e anotar a posição do cateter para certificar-se que não houve migração. Não insira o restante do cateter novamente. Caso o cateter tenha migrado talvez a extremidade não esteja na posição adequada, devendo ser realizado RX para a verificação de sua posição;
- Planejar as trocas de soro e a administração de medicamentos de forma a reduzir o número de violações à linha;
- Realizar a troca diária do equipo de soro, que deverá vir acompanhada da lavagem do cateter com 5-10 unidades de heparina (dependendo do peso do paciente), antes de conectar o novo equipo de soro; pois este procedimento ajuda a prevenir obstrução do cateter, que possui um calibre muito fino;
- Trocar todas as infusões administradas a cada 24 horas;
- Orientar sobre a importância da troca da solução de NP no máximo em 24h, a troca de equipo a cada 24h, curativo asséptico a cada 7 dias em um ambiente mais estéril possível;
- Fazer a desinfecção do cateter, com álcool a 70%, tanto antes como a após a manipulação, durante a troca do equipo ou do soro;
- Evitar refluir sangue no conector do cateter (a presença de sangue aí pode favorecer a colonização e posteriormente à infecção). Se refluir sangue no cateter é importante que este conector seja trocado;
- Evitar a aferição da pressão arterial e garroteiamento do membro onde está inserido o PICC.
Retirada do PICC – Passo a Passo
- Lavar as mãos com sabão líquido comum;
- Deve-se parar a infusão;
- Calçar luvas de procedimento;
- Posicionar o braço do paciente abaixo do nível do coração;
- Aplicar compressa quente e úmida na área acima do cateter por 1 minuto;
- Remover a fixação e o curativo, utilizando solução salina 0,9% atentando para não ferir a pele do RN, pode-se utilizar óleo vegetal;
- Observar o aspecto local;
- Firmar o cateter próximo ao sítio de inserção;
- Tracionar o cateter, exteriorizando-o lentamente usando uma tração controlada. Se prender, pare e procure ajuda do médico-assistente devido ao risco de rotura do cateter;
- Fazer compressão utilizando gaze, no sítio de inserção;
- Medir o comprimento do cateter retirado, comparar com a medida de inserção inicial e registrar na ficha de protocolo;
- O PICC não é rotineiramente enviado para cultura, em caso de dúvida, discuta com o médico-assistente;
- Cubra o sítio com um curativo pequeno e remova após 24 horas;
- Observe o sítio para ocorrência de sangramentos ou sinais de infecção.
Capacitação do Enfermeiro para a Passagem do PICC
De acordo com a Resolução COFEN-258/2001 é lícito ao enfermeiro realizar implantação do PICC.
Contudo é necessário que o enfermeiro busque capacitação para exercer tal atividade.
Enfermeiros devem obter habilitação específica para estas técnicas, independente da carga horária proposta pelo órgão formador, deve garantir conhecimento e habilidade prática que garanta o cumprimento dos quesitos do Código de Ética Profissional, aceitando apenas encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro para si e outrem.
PARECER COREN/SC Nº 028/2015/PT
Já para o Técnico de Enfermagem o parecer do Cofen Nº 028/2015/PT diz que cabe a este profissional a manutenção do posicionamento adequado do paciente o procedimento, o fornecimento de materiais e equipamentos para a intervenção, além dos cuidados de manutenção do cateter, conforme protocolos institucionais.
Curso de Capacitação em PICC Pediátrico e Adulto com Ultrassom Atualiza Cursos
A Atualiza Cursos oferece cursos de capacitação em PICC ( Cateter Central de Inserção Periférica ) para enfermeiros.
Confira alguns diferenciais do curso:
- Os aprovados terão direito a uma carteira que comprova a capacitação da passagem do Cateter Central de Inserção Periférica –PICC adulto e pediátrico;
- Aulas Práticas Simulativas e Vivenciais;
- 01 cateter por participante;
- Simulador de última geração com retorno venoso visível;
- Visualização e manuseio do ULTRASSOM;
- Avaliação teórica e prática ao final do curso.
O curso é ministrado pelo professor Josielson Costa da Silva – Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Especialista em Enfermagem Intensiva Pediátrica, alta experiência em passagem de cateter, capacitado em Manejo de Vias Aéreas Avançado Pediátrico e Adulto.
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Referências
COSTA, Josielson. Cursos de Capacitação em PICC. Faculdade Atualiza 2018.
Oliveira, Reynaldo. Blackbook enfermagem. 2016.
COREN. Parecer Coren/SC Nº 028/2015/PT.
COFEN. Resolução Cofen -258/2001.
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