60 Passos Fundamentais para um Bom Atendimento do Paciente com Coronavírus

Coronavirus

A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) criou um passo a passo completo com recomendações relacionadas ao fluxo de atendimento para pacientes com suspeita ou infecção confirmada pelo Coronavírus em procedimentos cirúrgicos ou Endoscópicos.

Veja o que você vai aprender:

  • Proteção da equipe;
  • Organização do atendimento;
  • Preparo da sala de procedimento;
  • Transporte do paciente;
  • Intraoperatório ou realização do Procedimento Endoscópico;
  • Pós-operatório ou Pós Procedimento Endoscópico Imediato;
  • Desmontagem e Limpeza da Sala de Procedimento;
  • Processamento de produtos para saúde.

Preparado? Então vamos lá!

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Proteção da equipe

1) Recomenda-se que os profissionais selecionados para atendimento a estes pacientes não apresentem características definidas como grupo de risco (diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares);

2) Assegurar que os profissionais que participarão desses atendimentos tenham o treinamento adequado sobre as técnicas de precaução padrão, por contato e por aerossóis;

3) Não utilizar adornos. São exemplos de adornos: alianças, anéis, pulseiras,
relógio, colares, brincos, piercings expostos, toucas de tecido, crachás pendurados por
cordão e etc.;

4) Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado (touca, avental impermeável ou capote, óculos ou protetor facial, respirador ou máscara N95, luvas que cubram o punho do avental, sapatos fechados e impermeáveis que permitam desinfecção). Higienizar as mãos antes e após colocar e retirar o EPI. Atentar-se para o correto ajuste da máscara à face;

5) O uso prolongado de uma mesma máscara N95, isto é, evitando sua remoção, por um
mesmo indivíduo durante o turno (6h ou 8h) de trabalho, pode ser implementado no
atendimento a pacientes infectados com o mesmo patógeno respiratório. A reutilização
(utilização por diversos turnos de trabalho) da máscara N95 é desencorajada em casos de doenças transmissíveis, uma vez que o profissional ao tocar neste EPI diversas vezes, pode ocasionar a autocontaminação;

6) Máscaras N95 devem ser descartadas após a utilização durante procedimentos que geram aerossolização (exemplo: intubação, extubação, aspiração, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação não invasiva e broncoscopia) ou na presença de contaminação por sangue ou fluidos corpóreos;

7) Deve ser planejado pela instituição um procedimento padronizado para a limpeza e
desinfecção dos óculos e/ou protetores faciais;

8) Após retirar o EPI, não tocar o rosto ou face antes de higienizar as mãos;

Organização do atendimento

9) É recomendável realizar um plano de atendimentos para procedimentos não urgentes ou eletivos; sugerível adiá-los, sempre que possível durante a pandemia;

10) No agendamento de procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos deve-se informar ao serviço se o paciente é caso suspeito ou confirmado de infecção por COVID-19 ;

11) Durante a epidemia utilizar a mesma sala cirúrgica e mesmo aparelho de anestesia para
todos os pacientes com COVID-19, com o intervalo entre cirurgias de, ao menos, uma hora;

12) Em caso de procedimento cirúrgico, se possível, disponibilizar antessala com pressão
negativa funcionante ao realizar indução anestésica, intubação e extubação . Durante o procedimento cirúrgico a sala poderá permanecer com pressão positiva. Na indisponibilidade de antessala com pressão negativa, desligar o equipamento de ar condicionado da sala cirúrgica durante a realização de procedimentos potencialmente geradores de aerossóis;

13) Sugere-se que procedimentos endoscópicos que envolvam vias aéreas sejam realizados em sala com pressão negativa;

Preparo da sala de procedimento

14) Higienizar as mãos imediatamente antes de iniciar o preparo da sala;

15) Consultar a engenharia clínica e/ou manutenção hospitalar a respeito de como alcançar a melhor configuração em sala cirúrgica com pressão neutra ou negativa;

16) Seguir a montagem da sala, conforme protocolo de precaução de contato e aerossóis;

17) Sinalizar a porta da sala quanto à precaução recomendada;

18) Disponibilizar, se possível, tubo para intubação com circuito fechado para aspiração de vias aéreas, a fim de evitar aerossolização do vírus;

19) Priorizar o uso de equipamentos/materiais descartáveis;

20) Somente equipamentos, mobiliários e medicamentos necessários devem ser levados à sala de procedimentos para reduzir o número de itens que necessitarão ser limpos ou descartados;

21) O aparelho de anestesia deverá ser protegido com plástico descartável para reduzir a
contaminação do equipamento;

22) Assegurar a utilização do filtro HEPA no circuito de anestesia e sistema de capnografia
anterior ao filtro (entre circuito e filtro);

23) Providenciar pinça de apreensão para oclusão do tubo orotraqueal, no caso da necessidade da troca de ventilador de paciente proveniente de unidades críticas para evitar a dispersão de aerossóis;

24) Recomenda-se a disponibilização de um profissional de apoio na área externa da sala para o atendimento, assegurando a adesão às técnicas precaução;

Transporte do paciente

25) Profissionais que irão realizar o transporte do paciente para o Centro Cirúrgico (CC) ou
Serviço de Endoscopia (SE), e vice-versa, devem utilizar EPI;

26) Colocar máscara cirúrgica no paciente para sua transferência entre setores;

27) A equipe do Centro Cirúrgico (CC) ou do Serviço de Endoscopia (SE) deverá aguardar a
chegada do paciente usando todo o EPI recomendado no item 4;

28) O paciente deve ser imediatamente transferido para a sala de procedimento, isto é, não deve permanecer aguardando em área de recepção ou pré-operatório;

Intraoperatório ou realização do Procedimento Endoscópico

29) TODOS os profissionais que estiverem dentro da sala de procedimento, deverão utilizar EPI, conforme recomendado no item 4;

30) O número de profissionais dentro da sala de procedimento deverá ser limitado ao mínimo possível;

31) Não levar objetos pessoais para dentro da sala de procedimento;

32) Proceder o método de intubação com maior assertividade possível (preservar ao máximo as vias aéreas);

33) Manter portas fechadas durante o procedimento;

34) Realizar a higienização das mãos, conforme os cinco momentos preconizados pela
Organização Mundial da Saúde;

Pós-operatório ou Pós Procedimento Endoscópico Imediato

35) A recuperação do paciente pós-procedimento, deverá ser realizada dentro da sala. O
paciente deverá utilizar máscara cirúrgica e, caso haja necessidade de oxigênio suplementar, o cateter de oxigênio deverá ficar sob a máscara;

36) Evitar suporte não invasivo de vias aéreas com pressão positiva (exemplo: máscara de
Venturi), pelo potencial favorecimento de aerossolização do vírus;

37) Quando o paciente estiver em condições de alta anestésica, deverá utilizar máscara cirúrgica para o transporte e o profissional que realizará o transporte utilizará EPI, conforme
recomendado no item 4;

38) Antes de deixar a sala, os profissionais deverão descartar os aventais e luvas utilizados
dentro da sala do procedimento;

39) Durante o procedimento realizar a higienização das mãos, conforme os cinco momentos
preconizados pela OMS;

Desmontagem e Limpeza da Sala de Procedimento

40) Higienizar as mãos imediatamente antes e após a colocação ou retirada do EPI com produto alcoólico ou água e sabão;

41) Trocar todo o circuito, filtros, cal sodada e proceder a desinfecção do aparelho de anestesia,bem como, do canister de cal sodada, após cada cirurgia de paciente confirmado ou suspeita de COVID-19;

42) Realizar limpeza terminal minuciosa nos equipamentos e mobiliários da sala de
procedimento, utilizando EPI indicado para precaução de contato e aerossóis. São produtos
recomendados para limpeza e desinfecção aqueles a base de quaternário de amônia ou
hipoclorito de sódio;

43)Durante o processo de limpeza, manter a pressão negativa na antessala da Sala Cirúrgica ou na Sala de Procedimento;

44) Prever uma hora entre um procedimento e outro para a transferência do paciente, realização da limpeza e descontaminação de todas as superfícies, telas, teclado, cabos, monitores e aparelho de anestesia;

45) Atenção especial na retirada do EPI, pelo risco de contaminação do profissional;

46) Descartar todo o EPI no lixo infectante (saco branco);

47) Descartar todos os itens não utilizados na bandeja de medicamentos e do carro de vias
aéreas, pois devem ser considerados contaminados;

Processamento de produtos para saúde utilizados no atendimento a pacientes com suspeita ou infecção confirmada pelo COVID-19

Pré-limpeza

48) Acomodar materiais que tenham entrado em contato com vias aéreas, ou, com risco de
contaminação pelo COVID-19, em embalagem plástica fechada hermeticamente, a fim de
garantir o transporte seguro do material potencialmente contaminado;

49) Realizar a higienização interna e externa da embalagem de transporte, conforme protocolo institucional;

50) O profissional deverá utilizar o EPI apropriado para minimizar risco de contaminação (touca, avental impermeável ou capote, óculos ou protetor facial, respirador ou máscara N95, luvas que cubram o punho do avental, sapatos fechados e impermeáveis que permitam
desinfecção);

Limpeza

51) Recomenda-se que a área de recepção e limpeza disponha de pressão negativa, conforme preconizado em normativa;

52) Na área de recepção e limpeza, os profissionais de Centro de Material e Esterilização devem utilizar os EPI recomendados em normativa. Sugere-se o uso da máscara N95 somente em casos de limpeza manual com potencial para aerossolização apenas para o profissional que está realizando esse procedimento, como por exemplo, em caso de limpeza manual com o uso escovas;

53) Ressalta-se que o profissional deve atentar-se à sequência de retirada correta do EPI e a
higienização das mãos, uma vez que há o risco de autocontaminação;

54) Evitar métodos de limpeza que causem aerossolização de partículas tais como Steamer e pistolas de ar comprimido;

55) Sempre que possível, optar por métodos automatizados de limpeza (utilizar
preferencialmente, a termodesinfetadora para reduzir riscos a saúde aos profissionais de
saúde no manuseio de materiais potencialmente contaminados com COVID-19);

56) A limpeza deverá ser realizada com rigor, a fim de garantir máxima redução de carga
microbiana e assegurar um processamento seguro.

Desinfecção

57) Utilizar preferencialmente métodos automatizados de desinfecção de dispositivos, que
permitam o adequado monitoramento do processo;

58) A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações da instituição e da RDC 15;

Esterilização

59) Proceder os métodos usuais de esterilização de PPS considerados críticos;

60) A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações da instituição e da RDC 15.

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Referência

SOBECC.Recomendações relacionadas ao fluxo de atendimento para pacientes com suspeita ou infecção confirmada pelo COVID-19 em procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos. http://sobecc.org.br/arquivos/RECOMENDACOES_COVID_-19_SOBECC_MARCO_20201.pdf

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